O que é apoio espiritual?
O alívio de sintomas e efeitos colaterais é uma parte importante do tratamento chamado cuidados paliativos ou cuidados de suporte. O apoio espiritual é um tipo de cuidado paliativo. Pode ajudar com algumas preocupações e perguntas, que você e seus entes queridos, têm durante o câncer e o tratamento.
Qual a associação de câncer de mama e depressão?
A descoberta de uma doença nunca é algo fácil. No caso do câncer de mama, para muitas pacientes, o impacto psicológico pode desencadear a depressão. A ocorrência da depressão nesses casos é comum, apesar de não ser frequentemente diagnosticada. “É um desafio diferenciar o que caracteriza um quadro de depressão instalado de uma tristeza ‘normal’, pois uma coisa é a pessoa estar triste e abatida e tentar superar, e outra é a depressão (tristeza e apatia) mais duradoura e persistente”,
Para entender melhor como a depressão se caracteriza, é importante saber que ela gera sintomas biológicos e psíquicos espontâneos, aparentemente desproporcionais em intensidade e duração aos acontecimentos que os provocaram. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM – V), caracteriza-se como depressão pelo menos cinco ou mais dos seguintes sintomas persistentes por mais de duas semanas:
- Humor deprimido na maioria dos dias;
- Perda ou ganho de peso sem estar de dieta;
- Aumento ou diminuição do apetite;
- Insônia ou outros distúrbios do sono;
- Fadiga e perda de energia;
- Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada;
- Capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se ou indecisão;
- Preocupação com a morte e ideação suicida;
- Dificuldade de concentração;
- Crises de choro.
Existem diferentes tipos de tratamento da depressão, que ajudam a atenuar os efeitos da doença, inclusive, em pacientes com câncer. As principais possibilidades de tratamento são:
- Medicamentos (geralmente antidepressivos);
- Psicoeducação (discussão conjunta sobre os efeitos colaterais e expectativas de tratamento);
- Psicoterapia desde o diagnóstico, pois o controle da depressão ajuda o paciente com câncer administrar melhor a doença;
- O objetivo principal da terapia é despertar no paciente o enfrentamento da doença e no desenvolvimento das habilidades na resolução de problemas;
- As técnicas da Terapia Cognitiva Comportamental são indicadas;
- Grupos de apoio apresentam bons resultados aos pacientes com câncer que apresentam depressão.
O apoio de pessoas próximas e algumas atividades também podem ser fundamentais para complementar o tratamento.
- Atividade física é essencial, pois essa prática facilita a liberação de hormônios que aumentam a sensação de bem-estar e disposição;
- Psicoterapia para auxiliar na recuperação da autoestima;
- Apoio familiar e dos amigos são imprescindíveis nesse momento;
- Se possível continuar com a vida profissional;
- Dança, arte terapia e atividades lúdicas, são aliadas nesse processo;
- Alimentação o mais saudável possível.
Como se fortalecer emocionalmente para o tratamento do câncer?
Quando uma doença grave como o câncer afeta a saúde de alguém, a mudança na rotina, no corpo e nos planos futuros causam muito desconforto emocional para o paciente e também para as pessoas mais próximas. Não é simples lidar com situações como os laudos de exames, por exemplo, em que a leitura dos resultados feita por um leigo pode gerar ansiedade, até o dia da próxima consulta médica, para esclarecimentos.
Os sentimentos de angústia e tristeza podem permear muitas etapas desde a compreensão real do diagnóstico, até as inúmeras dúvidas a respeito do pré e pós-operatório, dos efeitos da quimioterapia, como a queda de cabelo ou o cansaço decorrente das sessões de radioterapia. É normal sentir medo diante dessas situações desconhecidas, e ter pensamentos frequentes sobre as perspectivas para o futuro. No entanto, a pessoa que está enfrentando a enfermidade, seus familiares e amigos devem ficar atentos a alguns sinais que podem caracterizar distúrbios emocionais e revelar a necessidade de apoio profissional.
Humor triste ou deprimido a maior parte do dia quase todos os dias, por pelo menos duas semanas consecutivas;
Perda de interesse ou prazer nas atividades diárias, por pelo menos duas semanas;
Pensamentos recorrentes de morte, ideia suicida (com ou sem plano), tentativa de suicídio;
Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva/inadequada.
Os distúrbios emocionais como a ansiedade e depressão fragilizam quem já está passando por terapias agressivas, por isso, algumas pessoas têm receio de utilizar ansiolíticos e antidepressivos. Pensam sobre os efeitos colaterais como a possibilidade de engordar e diminuição da libido, interferência com os medicamentos utilizados para o combate do câncer, dependência e tempo de duração.
De modo geral, os antidepressivos são utilizados por um período determinado, dependendo de cada caso, e sua descontinuação deve ser acompanhada. Existem diferentes alternativas e indicações, um diálogo aberto com psicólogos e psiquiatras e a supervisão do oncologista que está conduzindo o tratamento, pode trazer bem-estar, conforto e força para quem vive essa montanha-russa de emoções.
Quem busca tratamento e restaura a saúde emocional consegue ter uma melhor convivência em família, escolher novas atividades e hábitos que gerem satisfação como dançar, realizar algum trabalho voluntário e se redescobrir. Afinal, um novo olhar sobre a vida e atitudes positivas são verdadeiras recompensas para quem superou um câncer. Conversar com os médicos, ler sobre o assunto e conhecer histórias vitoriosas também
O que é a psico-oncologia?
É uma área de interseção entre a Psicologia e a Oncologia, que busca compreender e estudar as variáveis do comportamento relacionadas ao processo de adoecimento e cura, e as intervenções ao longo de todo este mesmo processo.
O papel de um psicólogo em um ambulatório de Oncologia é oferecer suporte emocional para que o paciente possa expressar seus sentimentos, compreender as dificuldades do momento vivido, perceber as situações que lhe mobilizam emocionalmente e instrumentalizá-lo para lidar da melhor maneira possível com as alterações e limitações impostas pela doença e pelo tratamento. O acompanhamento psicológico é indicado, geralmente, quando notamos certa dificuldade de adaptação e adesão aos tratamentos propostos e quando ocorrem sintomas depressivos e/ou ansiosos.
Outro ponto importante a ser ressaltado é a família do paciente oncológico. Por ser tratar de uma doença complexa, o familiar normalmente está bastante envolvido no processo de tratamento, tanto do ponto de vista operacional quanto do ponto de vista emocional; e cabe à equipe de saúde a ter um olhar cuidadoso a essa família ao longo do período de tratamento do paciente. O psico-oncologista pode abordar o paciente e sua família, tanto individualmente como em grupo, dependendo de alguns aspectos clínicos e institucionais.
Para finalizar, é também função do psico-oncologista dar apoio emocional e suporte aos profissionais de saúde que lidam diariamente e intensamente com os pacientes oncológicos. Algumas ações institucionais, como grupos de apoio, oficinas e aulas, são exemplos de ações de cuidado com o profissional.
A experiência do câncer é geralmente desafiadora, independentemente do local, da extensão, do prognóstico e dos resultados do tratamento. Todas essas transformações na rotina do paciente podem contribuir para o desequilíbrio psicológico dele e desencadear diversas reações emocionais. Por essas razões, o tratamento psicológico presta inestimável ajuda no enfrentamento do tratamento oncológico
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