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Quais os efeitos colaterais da quimioterapia e como diminui-los?

Os principais efeitos são náuseas e vômitos, queda de cabelo, ressecamento de pele e mucosas, anemia e febre.

O odor dos alimentos pode desencadear náuseas e vômitos. Por isso, evite cozinhar ou ficar na cozinha durante o preparo dos alimentos. Procure fracionar a alimentação em pequenas porções de tempos em tempos, faça uma alimentação leve (sem frituras, gorduras, condimentos) e prefira alimentos frios ou mornos; beba bastante líquido, mas evite bebidas gaseificadas. Estimule as frutas e legumes. O uso de antieméticos adequados aliviará estes sintomas.

A queda de cabelo é temporária e poderá ser reduzida com toucas térmicas. A paciente poderá optar por acessórios (lenços, chapéus, bonés, turbantes) ou próteses capilares (perucas). Atualmente existem próteses capilares que se fixam no couro cabeludo e imitam, perfeitamente, os cabelos naturais.

O ressecamento de pele e mucosas pode ser atenuado com óleos e cremes hidratantes. O óleo de coco orgânico, extravirgem, ajuda bastante.

A anemia e a diminuição dos glóbulos brancos deixam o organismo mais propenso a infecções. Por isso, neste período, evite locais fechados, aglomerações, bem como contato com pessoas com doenças infecciosas (gripe, resfriado). A febre é sinal de alerta para infecções e contacte seu oncologista se apresentar temperatura acima de 37.8oC.

O que é a hormonioterapia e quando ela é indicada?

A resposta do câncer de mama à hormonioterapia (HT) apresenta influência direta da expressividade para receptores hormonais esteroidais, incluindo o receptor de estrogênio (RE) e o receptor de progesterona (RP); sendo a resposta endócrina incerta quando a expressão dos receptores hormonais é quantitativamente ou qualitativamente baixa (<10%).

Entre as opções terapêuticas, destaca-se o Tamoxifeno, um modulador seletivo do receptor estrogênico (SERM), para mulheres na pré e na pós--menopausa; e os inibidores da aromatase (IAs), para mulheres na pós-menopausa. A escolha de cada medicação é baseada em critérios clínicos diversos, como índice de massa corpórea, tabagismo, efeitos colaterais, perfil de segurança e estado menstrual; além do padrão de evolução e de progressão da doença.

Os IAs reduzem a síntese de estrógeno através do bloqueio do processo enzimático adrenal. Portanto, não devem ser utilizados em mulheres com função ovariana preservada, e caso sejam indicados para mulheres no menacme, recomenda-se a supressão da função ovariana. Para as pacientes que entraram em amenorreia após a quimioterapia, deve-se avaliar o perfil hormonal de forma periódica e confirmar o status de pós-menopausa.

A hormonioterapia utiliza medicamentos que inibem a ação ou a síntese dos hormônios femininos. Isto ajuda a deter o crescimento das células de câncer. Se estes hormônios são bloqueados, as células cancerígenas não podem crescer. A terapia hormonal é usada após a cirurgia para diminuir as chances de o câncer voltar. Também é usada para tratar um câncer de mama que se disseminou para outras partes do corpo A hormonioterapia é indicada quando se faz a dosagem dos receptores hormonais e se observa que o tumor é hormônio-dependente, isto é, ele pode responder a este tratamento.

Outro recurso para bloquear os hormônios que agem sobre a mama é a retirada dos ovários nas mulheres na pré-menopausa. Estas pacientes também são candidatas ao uso de análogos de LHRH, injeções subcutâneas aplicadas mensalmente, que levam ao bloqueio da função ovariana.

A exemplo da quimioterapia, a hormonioterapia pode ser empregada na forma adjuvante, pré-operatória ou na doença metastática. Geralmente é bem tolerada e nos casos hormônio-responsivos (rica em receptores hormonais) são as drogas de escolha. Não deve ser aplicada simultâneo à quimioterapia. O tratamento hormonal geralmente é feito a longo prazo e a recomendação adjuvante é de 5 a 10 anos.

A hormonioterapia também pode ser empregada na quimioprevenção do câncer, ou seja, administrado em mulheres de maior risco, diminui a chance de desenvolver a doença. O FDA (órgão regulatório norte americano) recomenda o emprego de Tamoxifeno em mulheres de maior risco. Estudos demonstraram que elas tiveram o risco reduzido em 50%.

Quando a hormonioterapia é indicada?

Ela pode ser indicada na forma neoadjuvante (pré-operatória), adjuvante (pós-operatória, ou na doença metastática.

Hormonioterapia neoadjuvante reduz as taxas de mastectomia e aumenta o índice de cirurgias conservadoras, em especial para tumores unifocais e distantes do complexo aréolopapilar. Em pacientes portadores de tumores Luminais A (RE e/ou RP positivos, HER2 negativo e Ki67 < 14%), é provável que a hormonioterapia represente a melhor opção de terapia neoadjuvante, considerando o perfil de eventos adversos e as taxas de resposta.

Na pré-menopausa o estudo STAGE avaliou a eficácia da HT neoadjuvante, comparando a utilização de Anastrozol (Inibidor da aromatase) ou Tamoxifeno, ambos em associação com Goserelina (Análogo LHRH). Nesse estudo, o Anastrozol foi superior ao Tamoxifeno em todas as taxas de resposta objetiva.

Na pós-menopausa, entre as opções terapêuticas na neoadjuvância, permanecem as controvérsias acerca da comparação entre o Tamoxifeno e os IAs, Já entre os IAs, não houve diferença significativa entre os grupos avaliados no estudo prospectivo, que comparou a utilização de Letrozol, Anastrozol e Exemestano. Entretanto, uma meta análise recente, avaliando diversos esquemas de HT neoadjuvante observou maior taxa de resposta clínica objetiva em pacientes usuárias de Letrozol e Everolimo, um inibidor da via de sinalização PI3K/mTOR. (A via das PI3K/mTOR é conhecida por regular várias funções celulares, como a regulação do ciclo celular, migração, angiogênese, morfologia e organização do citoesqueleto).

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